sexta-feira, 26 de julho de 2013

Pesquisa internacional declara que o Brasil tem as menores restrições governamentais sobre religião entre as 25 nações mais populosas do mundo

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Visita do Papa

Papa Francisco está em plena celebração da Jornada Mundial da Juventude nesta semana em um dos países mais religiosamente não-restritivo do planeta, de acordo com um recente estudo do Pew Research Center. O país também está passando por grandes mudanças religiosas.Baixas Restrições Religiosas

Entre os 25 países mais populosos, apenas quatro têm baixas restrições do governo sobre a religião, com o Brasil tendo o menor índice de todos (ver gráfico acima). O Brasil tem restrições menores, de fato, que os Estados Unidos, onde as restrições têm aumentado.A liberdade religiosa, no entanto, é altamente valorizada no Brasil. Por exemplo, quando os brasileiros foram questionados em uma pesquisa de 2006 do Pew Research Center se era importante viver em um país onde há liberdade de religião para fins que não da sua própria religião, quase a mesma porcentagem de pessoas indicou que isto era importante (95%), a mesma pesquisa também indicou que os brasileiros também consideram  importante viver em um país onde se pode praticar a própria religião livremente (96%).Uma expressão de tal apoio para a liberdade religiosa ocorreu na Primavera deste ano, quando o Poder Legislativo da cidade de São Paulo - o maior centro comercial do Brasil e a cidade mais populosa do hemisfério ocidental com 20 milhões de habitantes na grande São Paulo - declarou que, doravante, 25 de maio será o "dia da liberdade religiosa." Esta declaração coincidiu com um Festival Mundial de  Liberdade Religiosa, com representação inter-religiosa de mais de 20 grupos diferentes, que atraiu cerca de 30.000 participantes, incluindo o Bispo Auxiliar da da arquidiocese católica, líderes políticos e celebridades.Baixas restrições religiosas e de apoio para a liberdade religiosa são notáveis ​​em um país que está passando por aquilo que talvez seja uma das mudanças religiosas mais dinâmicas do mundo de hoje.Mudanças religiosas


Desde a colonização portuguesa no século 16, o Brasil tem sido esmagadoramente católico. E até hoje o país tem mais católicos romanos do que qualquer outro país no mundo - cerca de 123 milhões. Mas uma análise recente do Pew Research Center considera que a participação da população total do Brasil, que se identifica como católica vem caindo constantemente nas últimas décadas, enquanto o percentual de brasileiros que pertencem a igrejas protestantes tem aumentado. Na verdade, grande parte da mudança religiosa tem sido a migração do catolicismo romano para denominações pentecostais e protestantes. Em menor escala também ocorrem a identificação de brasileiros com outras religiões e até tem aumentado o número dos que se declaram sem religião.O Pew Research Center fez uma minuciosa análise de pesquisa realizada de 2000 a 2010 que constatou que  tanto o número absoluto como percentual de católicos caiu;  a população católica do Brasil diminuiu ligeiramente de 125 milhões em 2.000 para 123 milhões uma década mais tarde, caindo de 74% para 65% do total da população do país. O número de protestantes brasileiros (incluindo pentecostais), por outro lado, continua a crescer tendo aumentado de 26 milhões (15%) em 2000 para 42 milhões (22%) em 2010.Além disso, o número de brasileiros pertencentes a outras religiões - incluindo religiões afro-brasileiras como o Candomblé e a Umbanda, também cresceu. Em 2000, os adeptos das outras religiões, que não o catolicismo e o protestantismo,  era de cerca de 6 milhões (4% da população do Brasil) e, a partir de 2010, o grupo cresceu para 10 milhões (5%). Finalmente, o número de brasileiros sem filiação religiosa, incluindo ateus e agnósticos,  passou de 12 milhões (7%) em 2000 para 15 milhões (8%), de acordo com o censo do Brasil de 2010.Dado o nível de mudança religiosa no Brasil, é particularmente notável que um estudo independente do  Pew  Research Center considera que não foram relatados incidentes de hostilidade sobre conversões ou em função de proselitismo.A História da desregulamentação Religiosa

 Nem sempre o Brasil foi conhecido por sua tolerância religiosa. Por exemplo, a perseguição dos judeus brasileiros em 1600 enviou o primeiro grupo de judeus para Nova York em 1654. Em 1923 na Universidade do Texas, Herman G. James escreveu interessante artigo no qual  observou que "É seguro dizer que não há nenhum outro país no mundo onde a fé Católica Romana é a fé tradicional e predominante dos habitantes".À medida que o século XX avançava, no entanto, foram aprovadas leis tornando o proselitismo mais difícil para os novos grupos religiosos e, na década de 1940, o governo parou de emitir vistos para missionários protestantes. Esses limites foram de curta duração. Após um período de regime militar, que terminou em 1985, as denominações protestantes politicamente ativas e as religiões minoritárias trabalharam para assegurar que a liberdade religiosa se tornasse uma característica definidora das relações Igreja-Estado.
O Brasil, hoje, está entre os 76% dos países recentemente identificados em um estudo do Pew Research Center com iniciativas que resultaram nos menores índices de restrições religiosas e hostilidades.

Por exemplo, em 15 de Janeiro de 2012, a presidente Dilma Rousseff aprovou um acordo para incluir o Holocausto, o anti-semitismo, e outros assuntos relacionados com o povo judeu, assim como com o racismo, a xenofobia e a intolerância, no currículo de algumas escolas, universidades e outras instituições de ensino.

Fonte: theweeklynumber

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