Atividade contou com uma série de depoimentos a respeito das variadas formas de genocídio e etnocídio.
A Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR) promoveu o I Simpósio sobre Genocídio Étnico, Cultural, e Religioso. O evento realizado em parceria com o Grupo de Trabalho formado para articular a instituição do futuro Comitê Municipal de Liberdade de Crença e Cultura de Paz de São Paulo – COMPASP e com a ABLIRC – Associação Brasileira de Liberdade Religiosa e Cidadania, trouxe visões e vivências a respeito da intolerância e crimes de ódio como o Holocausto e o racismo no Brasil. O Mestre de Cerimônia do Simpósio foi o ator Luiz Laffey.
O secretário Antonio Pinto, da Promoção da Igualdade Racial, relembrou a barbárie da escravidão dos povos africanos no Brasil. Exemplificou a diversidade religiosa existente nos seio das famílias brasileiras, principalmente nas negras, que têm no mesmo espaço vários adeptos das religiões de matriz africana e do cristianismo.
Antonio ressaltou a maneira alarmante com que as manifestações de intolerância foram veiculadas nas redes sociais durante o processo eleitoral e salientou o genocídio da juventude negra nas periferias das cidades brasileiras. “O que celebramos aqui é um processo de construção da paz. São dois povos que foram massacrados pela intolerância. Temos que estar unidos pela garantia da paz e da diversidade” declarou o secretário.
Karel A. Reynolds, diretora do Museu do Holocausto da Carolina do Norte nos Estados Unidos e uma das maiores estudiosas a respeito do genocídio em todo mundo, comentou as atrocidades que levaram à morte mais de seis milhões de judeus durante a ditadura nazista alemã. Para Karel é preciso entender como sociedades, países com democracia estabelecida podem se desumanizar e implantar um regime de morte a exemplo da Alemanha. A pesquisadora citou o genocídio em Ruanda, em 1994, que levou à morte mais de 800 mil pessoas em cem dias e criticou a maneira como as organizações mundiais assistiram caladas a mortandade de tantas pessoas. Reynolds acredita que o a memória do Holocausto serve como um alerta a toda humanidade a respeito do terror que o ódio racial pode implantar em uma democracia. “Nós podemos ser a voz para condenar o ódio em nossa geração”, afirmou a diretora do Museu do Holocausto da Carolina do Norte.
Noutra apresentação, o colunista, educador e militante Douglas Belchior da UNEAFRO – organização do movimento social negro, fez uma análise sobre a história do Brasil e sua ligação intrínseca com o genocídio. “A história do Brasil é escrita com o genocídio da população indígena e negra”, declarou Belchior. “Nunca foi dado o valor histórico para a escravidão”, completou o educador. Douglas tratou da maneira como aumenta a morte de jovens negros nas periferias das cidades do país. E mostrou dados que elucidam o racismo institucional.

Rafael Zamar, violinista e Atalison Alves, clarinetista realizaram intervenções musicais, entre elas o Hino de Israel.

Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/igualdade_racial/
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