domingo, 2 de junho de 2013

Relatório sobre Liberdade Religiosa Internacional aponta diminuição da tolerância em muitos países

Maio, 2013 Silver Spring, Maryland, United States
Elizabeth Lechleitner/ANN

O relatório deste ano da Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) deixa especialistas em direitos humanos preocupados com a crescente intolerância patrocinada ou tolerada pelo Estado para com grupos religiosos minoritários em todo o mundo.   
                                                                                                                                                
"Somos mais uma vez lembrados de que para as minorias religiosas, as coisas podem realmente ser muito difíceis e, em muitos lugares, estão piorando”, disse Dwayne Leslie, diretor de Relações Legislativas a serviço da IRLA - International Religious Liberty Association.

O relatório da comissão independente categoriza os infratores como países de Nível 1, Nível 2 ou da “lista de observação”. As nações do “Nível 1” são designadas como “países de preocupação particular” (CPCs), onde as violações de liberdade religiosa são definidas como “sistêmicas, permanentes e notórias”, e incluem tortura, detenção prolongada sem acusação formal, desaparecimentos e “outras flagrantes negações da vida, liberdade ou segurança das pessoas”. Países re-designados como CPCs este ano são Birmânia, China, Eritreia, Irã, Coréia do Norte, Arábia Saudita, Sudão e Uzbequistão.


Nações recém-categorizadas este ano como de “Nível 1” são Egito, Iraque, Nigéria, Paquistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Vietnã. Embora oficialmente ainda não de CPCs, esses países “atingem o limite” para a designação de “Nível 1”, afirma o relatório.

Os países designados como de “Nível 2” pelo relatório são assim alistados por apresentarem “tendências negativas que podem evoluir para graves violações da liberdade religiosa”. Esses países são o Afeganistão, Azerbaijão, Cuba, Índia, Indonésia, Cazaquistão, Laos e Rússia.

Um pequeno terceiro grupo de nações abrange uma lista de observação, e a comissão os está “monitorando” por violações. Bahrain, Bangladesh, Belarus, Etiópia, Turquia, Venezuela e Europa Ocidental estão nesta lista.

A Europa Ocidental tem atraído críticas nos últimos anos por limitarem expressões religiosas entre as religiões minoritárias. Leis na França e na Bélgica agora banem a burca e outros véus de rosto inteiro. A Suíça proibiu a construção de novos minaretes ou torres de oração por sobre as mesquitas muçulmanas. E leis de alegação de difamação das leis religiosas—que os especialistas em liberdade religiosa dizem poderem restringir a expressão religiosa em todo o mundo—continuam a emergir na região.

No Irã, Leslie disse, o governo continua a sua opressão, prisão e, em alguns casos, tortura de cristãos, sendo o episódio mais recentemente o do pastor americano Saeed Abedini, preso no Irã em setembro, ostensivamente por suas crenças religiosas.

O Paquistão também ganhou as manchetes nos últimos meses por violência contra os cristãos. Em março, uma multidão incendiou casas e empresas de uma comunidade cristã em reação a supostos insultos contra Maomé.

A Nigéria é outra área cada vez mais preocupante, Leslie disse. Lá, o grupo extremista Boko Haram tem desencadeado a violência sectária em comunidades cristãs, nos últimos anos, bombardeando regularmente igrejas e deixando centenas de fiéis mortos. Desde janeiro, os adventistas no país têm relatado declínio de freqüência à igreja e alguns fechamentos de templos em meio à piora no conflito religioso do país.

Países como Irã, Paquistão e Nigéria, Leslie disse, estão profundamente enraizados na intolerância, e é improvável que o relatório mude o seu comportamento. Mas para os países recém-alistados “espera-se que o diálogo possa levar a uma maior liberdade de crença”, declarou..

Depois de analisar as violações da liberdade religiosa, a USCIRF faz recomendações de políticas para o presidente dos EUA, secretário de Estado e do Congresso americano. Essas recomendações podem incluir embargos de armas, restrições às exportações e, segundo Leslie, conversações adicionais com algumas nações ofensivas.

Além disso, Leslie comentou, o relatório “mantém constantemente a liberdade religiosa aos olhos do público, lembrando às pessoas porque é importante que continuemos a lutar pela liberdade de todas as pessoas e em todos os lugares.”

Fonte: ANN

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